Deputada federal, foragida desde o decreto de prisão do STF, é detida na capital italiana e inicia processo de extradição. Político italiano e Polícia Federal contestam versão de ‘entrega espontânea’.
Roma, Itália – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira em Roma, na Itália, conforme confirmado pelo Ministério da Justiça. A parlamentar havia sido condenada a dez anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e estava foragida da Justiça brasileira desde 5 de junho, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou sua prisão. Desde então, seu nome constava na lista de procurados da Interpol.
Zambelli foi detida em um apartamento na capital italiana, onde estaria acompanhada de seu pai. A localização da deputada foi informada à polícia italiana pelo deputado Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, que publicou a informação em suas redes sociais. Em entrevista à GloboNews, Bonelli explicou sua motivação: “Eu informei a polícia nacional italiana sobre o endereço e depois eu informei a chefia da polícia italiana. Eu fiz uma interpelação, porque quando escutei a Carla Zambelli dizendo que tem cidadania italiana e que estava intocável, eu disse ‘não é possível que uma pessoa pode falar assim'”.
Há divergências sobre as circunstâncias da prisão. Enquanto a assessoria de Zambelli afirma que ela teria se entregado às autoridades, fontes da Polícia Federal (PF) apontam que a deputada foi detida em seu apartamento em Roma.
A prisão da deputada não é mais preventiva, mas sim definitiva. Quando Carla Zambelli deixou o Brasil no final de maio, o ministro relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, considerou sua partida uma tentativa de fuga da lei e decretou sua prisão preventiva, que agora se converte em definitiva com sua localização e detenção.
Conforme apurado, a Justiça italiana tem um prazo de 48 horas para decidir o destino de Zambelli. Ela permanecerá detida em uma delegacia até que as cortes na Itália determinem se será iniciado o processo de extradição para o Brasil, se a extradição será recusada ou se alguma nova medida cautelar será imposta. Em caso de extradição, a deputada deverá iniciar o cumprimento de sua pena em regime fechado no Brasil.
