Câmara de Bom Conselho Rejeita Proposta Orçamentária do Executivo em Votação Tensa

18 de setembro de 2025
por Redação Tá Topado

Proposta que daria “cheque em branco” ao prefeito para remanejar verbas sem autorização do Legislativo é derrubada, reafirmando o papel de fiscalização dos vereadores.

Bom Conselho, PE – Uma forte tensão política marcou a reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Bom Conselho nesta quarta-feira (17), após a rejeição de uma proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada pelo prefeito Edezio Ferreira. O projeto, que foi alvo de intensos debates nos bastidores, foi considerado por parlamentares e analistas como um “cheque em branco” para o Executivo.

A proposta inicial buscava liberar até 40% do orçamento para remanejamento direto pelo prefeito, sem a necessidade de aprovação da Câmara. Além disso, o texto continha artigos que permitiam ao gestor suplementar e remanejar livremente recursos de áreas sensíveis como Educação, Saúde e Assistência Social, também sem passar pelo crivo dos vereadores.

Fontes próximas ao Legislativo alertaram que a aprovação do projeto seria inconstitucional e representaria a perda da principal função fiscalizadora da Câmara. “Se esse projeto tivesse passado, a Câmara perderia sua principal função. Restaria aos vereadores apenas fazer indicações, sem nenhum poder de decisão sobre o orçamento. Seria como fechar as portas do Legislativo”, destacou uma fonte. A situação foi comparada às “pedaladas fiscais” do governo Dilma Rousseff, que resultaram no impeachment da ex-presidente por manobras orçamentárias sem autorização do Congresso.

Votação Decisiva e Posições do Legislativo

A votação do projeto revelou as divisões políticas na Casa. Liderados por Gilmar Rodrigues, cinco vereadores votaram a favor da proposta que daria ampla autonomia ao prefeito, incluindo: Robério Paes, Bebeto do Sindicato, Cleberson Quaresma, Chico Bento e Luizinho da Malharia. No entanto, a maioria dos parlamentares rejeitou a medida.

Um dos votos decisivos foi o do vereador Pio Josival. Embora seja da base governista, ele demonstrou independência e votou de acordo com sua consciência, contribuindo para a derrota do projeto do Executivo e garantindo a manutenção do equilíbrio entre os poderes.

Com a decisão, a Câmara Municipal de Bom Conselho preservou sua autonomia e reafirmou seu papel essencial de fiscalizar os recursos públicos, garantindo que as movimentações orçamentárias do município continuem a passar pelo crivo do poder Legislativo.

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